sexta-feira, 3 de julho de 2009

Indo com a maré

Entao, esses ultimos dias tem sido os mais estranhos possiveis. Principalmente emocionalmente, acho que eu tenho andado bem diferente do que eu costumava ser. Como ninguem mais entra aqui mesmo, nao tem problema nenhum eu escrever sobre esse tipo de coisa (apesar de ser contra colocar coisas muito pessoais na internet), acho que essas sao coisas muito intimas, experiencias que voce compartilha com pessoas bem proximas, e nao publica para quem quiser ler. Mas enfim, como eu ia dizendo, tem coisas bem estranhas acontecendo. Quando eu acho que estou pra chorar, cresce uma força dentro de mim que me faz passar por cima de tudo como um trator. Uma coisa que eu nao suporto, que acaba comigo por dentro, é ter que sofrer. Nao acho q ninguem tenha que sofrer, so faz a gente ficar mal e nos torna pessoas discrentes do mundo e dos outros. Por que eu tenho certeza que eu seria uma pessoa bem diferente se os outros nao fossem tao 'indiferentes' em relaçao a certos aspectos da minha pessoa. Isso faz qualquer um sofrer. Por que, afinal de contas, em todas as pessoas do mundo, existem sentimentos, vontades, sonhos, pensamentos e, claro, ideias. Uma coisa que me tem feito pensar muito nisso esses dias foi o falecimento do Michael Jackson. O que passaram de documentarios sobre ele nao foi brincadeira! E em todos os documentarios eu percebi algo em comum: pessoas estupidas e ignorantes (vulgo reporteres) que nao paravam de cutucar as feridas emocionais que ele tinha a todo o momento, e alguns que ate faziam ele chorar (na frente das cameras!!!) insistindo em perguntar coisas relativas ao seu triste passado, as quais ele nao gostava de falar, mas como era muito simpatico, ingenuo e cordial, ele nao falava nao. Eu ficava tao revoltada que nao consegui terminar de ver nenhum destes documentarios, por que aquilo que eles estavam fazendo com o cantor era simplesmente ridiculo. Nao é possivel que nao existisse uma pessoa que nao fosse fria o suficiente pra perceber isso e quem sabe fazer ele rir um pouco ao inves de bombardear ele com perguntas que todo mundo ja tava cansado de saber as respostas.
Talvez isso tenha me tocado tanto pq ultimamente posso falar que estou me sentindo um pouco como ele. Um monte de gente sem um pingo de inteligencia emocional que nao pensam (ou nao percebem, voltando à aquele antigo assunto) que debaixo desse caminhao-tanque-trator (ou da figura famosa, como foi o caso de Michael) existe alguem que quer compania, que quer ser respeitado, que quer conversar, que quer escutar, que quer ser escutado, que quer compartilhar a vida e desfrutar de bons momentos. Como parece que a gente é a unica pessoa no mundo que pensa assim, e que todo o resto sao pessoas que fazem parte da massa, da vida corrida (que sem ao menos perceberem, ja estao com 50 anos e nao fizeram nada da vida, apenas foram com o fluxo - go with the flow), a gente fica triste e principalmente desapontado, por ter um dia achado que alguem te entendia. Isso claramente resulta em duas vertentes: ou voce se torna um deles, ou entao vai continuar sofrendo pra sempre. Acho que o que esta acontecendo comigo tem se tornado cada vez mais claro, mesmo sendo contra a minha vontade.

Sem comentários: